domingo, 23 de agosto de 2009

A luz mudou, completamente, sem que eu abrisse ou fechasse os olhos ela aumentava e diminuia, longe do meu controle e isso era muito bom. As paredes perderam as quinas, se uniam de uma forma única, lado a lado, como que irmãs e todas as letras, coloridas como nunca, se mexiam como que ampliadas por uma lupa.
As mãos simplesmente existiam. Existiam completamente e estavam cheias de vida, e sensações, elas poderiam ficar apenas ali existindo, mas a minha outra parte insistia em toca-las e eu não conseguia dizer que era sensação demais. Aí eu ria.
Mas o melhor de tudo era a sensação inebriante de felicidade que me fazia rir do ar.
Era apenas a possibilidade de sorrir que me deixava tão fantásticamente feliz que manter os olhos abertos era dificil, mas eu queria os olhos abertos, porque ver tudo aquilo me deixava mais feliz.
Essa sensação em outro momento poderia ser contraditória e me deixar ansiosa, mas naquele momento era apenas a pura felicidade.
Uma felicidade que não pode ser traduzida em palavras, porque não era racionalizada.
Era apenas sentimento.
Um sentimento enorme de um gramado rosa e liso bem no meio da minha garganta.
Mas eu sei que pode ser maior.
Não quero imaginar como pode ser maior.
Quero me surpreender.